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Mostrando postagens de agosto, 2013

O governo do governo

(Por Jadir Mauro Galvão) Em breve teremos eleições para vários cargos políticos, executivos e legislativos. Alguns nomes sobem, outros descem na gangorra as pesquisas de intenção de voto. Partidos se estapeiam em denúncias de escândalos e uma esbravejada lavação e roupa suja pública. Certa feita fui abordado por um desses panfleteiros de campanha buscando meu convencimento para eu votasse em determinado candidato. Por sorte ou azar eu estava tomando um lanche ao mesmo tempo em que revisava a aula de política que ia ministrar na sequência. Apresentei-me como professor da disciplina de política e mostrei-me bastante avesso ao candidato apresentado e, com isso rechacei a abordagem inicial. Contudo para minha surpresa fui abordado por outra pessoa que se apresentava como empresária e dizia conhecer pessoalmente o dito candidato atestando sua idoneidade. Percebendo que a nova abordagem era feita por alguém com maior engajamento político como também maior nível de instrução, me vi obrig

Sobre corrupção e distância.

(Por Jadir Mauro Galvão) Hoje vivemos o momento da Lei da ficha limpa, da execração de políticos corruptos. Por outro lado, a velha máxima do malufismo do “ rouba, mas faz ”, talvez ainda não tenha sido ultrapassada. Eticamente, deveríamos execrar a figura do político corrupto ou ele representa uma parcela da população também corrupta e que só não se faz ver devido à falta de oportunidade? Esta é uma questão que proponho para meus alunos de filosofia e ética. Analisá-la não é tarefa das mais simples. Facilmente caímos em julgamentos prematuros, sem chegar ao cerne da questão. Procuro encaminhar a análise ética pela busca dos valores ou dos princípios que teriam a capacidade de justificar, ou ao menos de nos fazer tolerar a conduta corrupta. Apressadamente cairíamos em algum julgamento do caráter do corrupto e do corruptor, como indivíduos desqualificados, egoístas, mau-caráter, numa palavra: de índole má. Contudo para que se possa postular uma índole má precisamos dizer que exis

Propriedade privada ou produtiva?

(Por Jadir Mauro Galvão) Rousseau apontou a propriedade privada como sendo o fator preponderante para a origem das desigualdades entre os homens. Em seu discurso homônimo ele diz: O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas bastante simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: "Livrai-vos de escutar esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos, e a terra de ninguém !" Sua linha geral de pensamento, não exatamente esse, mas, sobretudo a questão da liberdade, igualdade e fraternidade, exerceu profunda influência na Revolução francesa, e esta tem sido marcada por muitos como a data de nascimento do nosso atual estilo de vida: o capitalismo. Por outro lado, creio que foi exatamen